Voltaire
Dicionário Filosófico
1ª edição
1966
Célebre Tradução de Bruno da Ponte e João Lopes Alves... (1º volume traduzido na realidade por Luiz Pacheco)...e que acabou mal!
Lisboa
Editorial
Presença
2 volumes
278p + 287p
O caso do pé de página das "Deliciosas Sandes de merda..."
retirado de
"O Crocodilo que Voa - entrevistas a Luiz Pacheco" reprodução do blogue
Vende-se também esta edição em:
alfarrabistamitodesisifo.blogspot.pt/2012/10/o-crocodilo-que-voa-entrevistas-luiz.html
Sobre uma história no mundo da tradução :
"Estava então a escrever como negro e a traduzir o Dicionário Filosófico (de Voltaire) para a Presença, mas quem assinava a tradução era o Bruno da Ponte. Eu tinha de o fazer porque era a única fonte de dinheiro, e numa parte ele refere-se a um daqueles malucos profetas da Bíblia que faziam uma espécie de pão com excremento de vaca. Eu estava chateado e o que é que fiz? Escrevi: "Nota do tradutor: é o que chamariamos hoje deliciosas sandes de merda."(risos) Esqueci-me, e aquilo lá saiu em nota do tradutor, que era o Bruno da Ponte. Ele ficou um bocado magoado."
Mensagem para as novas gerações:
"Puta que os pariu!"
(Obrigado, Pacheco! Como um dos alvos desta tua mensagem também te mando para a puta que te pariu! Sei que não te ofendes...)
Pela vossa vida, leiam este livro! Cada vez que o abro encontro pérolas destas e estou mesmo no início. Nem imaginam a dificuldade que tive em escolher estas citações para vos mostrar já que, por mim, transcreveria o livro todo, sem problemas... Não referi nada aqui dos seus famosos insultos aos escritores da nossa praça, porque tinha tanto por onde escolher que nunca mais acabava isto. Mas é hilariante a maneira como ele ridiculariza génios que nós consideramos intocáveis como Vergílio Ferreira, José Saramago, António Lobo Antunes ou José Cardoso Pires...
É uma personalidade singular da nossa história e, segundo dizem, muito talentosa (eu nunca li nada dele mas estou curioso). O livro de entrevistas é hilariante e uma bela maneira de conhecer esta personagem que mais parece ficcionada do que real.
De referir ainda a bela introdução do organizador do livro, João Pedro George.
Deixo-vos o vídeo com a história das "sandes de merda".
http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=7wROj0scGxo