Herberto Helder
Servidões
Lisboa
Assírio & Alvim
Maio 2013 [Edição única]
Capa cartonada com xilogravura de Ilda David
Coleção Poesia inédita portuguesa, 137
124p
Transcrito DN artes 27-5-2013
"Se há poeta que não tem onde caiba e não se deixa apanhar por rótulos,
grupos, modas e... jornalistas é Herberto Helder. No entanto, não há poeta que
esteja tão próximo como ele da alma do mundo. A publicar livros desde 1958,
aquele que é considerado o bardo da poesia portuguesa tem hoje 83 anos e dá-nos
agora,
'Servidões' (Assírio & Alvim), provavelmente o seu livro mais
confessional de sempre.
Num tempo em que os artistas preferem investir no culto da sua imagem e não
da sua obra, pode até parecer que Herberto faz o mesmo, mas ao contrário:
escondendo-se, recusando prémios, reverências, benesses. Só que enquanto a obra
dos primeiros definha, a obra de Herberto, fruto de uma reescrita constante, de
um trabalho árduo e meticuloso, de uma singular capacidade de estender os
limites da língua portuguesa até universos e experiências totalmente novas,
continua "pujante, viva e com muitos seguidores", disse ao DN Vasco
David, o responsável editorial da Assírio & Alvim.
Tendo começado a escrever dentro do chamado segundo movimento surrealista na
Lisboa do final dos anos 50, Herberto é sobretudo um poeta que integrou
profundamente a modernidade no sentido em que "usou técnicas do surrealismo, do
concretismo, do dadaísmo ao mesmo tempo que fez coisas como A Máquina de
Emaranhar Paisagens em que usou fragmentos da lírica camoniana, do Inferno, de
Dante, e do Apocalipse bíblico retomando a tradição culta dos antigos poetas",
explicou ao DN o escritor Helder Macedo, amigo do poeta desde os anos 50 e que
descreve Herberto Helder como "o bardo e o profeta. É um mago moderno. Um
místico sem Deus".
Exemplar novo, capa e miolo limpos
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