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domingo, 2 de fevereiro de 2014

Herberto Helder. Servidões. Lisboa: Assirio & Alvim.Edição única Maio 2013.

Herberto Helder

Servidões

Lisboa

Assírio & Alvim

Maio 2013 [Edição única]

Capa cartonada com xilogravura de Ilda David

Coleção Poesia inédita portuguesa, 137

124p









Transcrito DN artes 27-5-2013


"Se há poeta que não tem onde caiba e não se deixa apanhar por rótulos, grupos, modas e... jornalistas é Herberto Helder. No entanto, não há poeta que esteja tão próximo como ele da alma do mundo. A publicar livros desde 1958, aquele que é considerado o bardo da poesia portuguesa tem hoje 83 anos e dá-nos agora,
'Servidões' (Assírio & Alvim), provavelmente o seu livro mais confessional de sempre.
Num tempo em que os artistas preferem investir no culto da sua imagem e não da sua obra, pode até parecer que Herberto faz o mesmo, mas ao contrário: escondendo-se, recusando prémios, reverências, benesses. Só que enquanto a obra dos primeiros definha, a obra de Herberto, fruto de uma reescrita constante, de um trabalho árduo e meticuloso, de uma singular capacidade de estender os limites da língua portuguesa até universos e experiências totalmente novas, continua "pujante, viva e com muitos seguidores", disse ao DN Vasco
David, o responsável editorial da Assírio & Alvim.
Tendo começado a escrever dentro do chamado segundo movimento surrealista na Lisboa do final dos anos 50, Herberto é sobretudo um poeta que integrou profundamente a modernidade no sentido em que "usou técnicas do surrealismo, do concretismo, do dadaísmo ao mesmo tempo que fez coisas como A Máquina de Emaranhar Paisagens em que usou fragmentos da lírica camoniana, do Inferno, de Dante, e do Apocalipse bíblico retomando a tradição culta dos antigos poetas", explicou ao DN o escritor Helder Macedo, amigo do poeta desde os anos 50 e que descreve Herberto Helder como "o bardo e o profeta. É um mago moderno. Um místico sem Deus".

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