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quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Pico na veia - Dalton Trevisan- 1ª edição - 2002

Pico na veia
Dalton Trevisan


2004

1ª Edição Brasileira

(não editado em Portugal)

Editora Record

Montagem da capa de Ricardo



Prémio Pessoa 2012

Extrato de recensão muito crítica de Almir de Freitas:


Em Pico na Veia, Dalton Trevisan exibe o lado mais simplório da fragmentação que tem caracterizado a ficção brasileira

Era uma vez João e Maria, personagens assíduos de um escritor de Curitiba que não gostava de dar as caras nem sair por aí dando declarações. A história é conhecida, ou melhor, são conhecidas na história do conto brasileiro contemporâneo as pequenas e sintéticas narrativas de Dalton Trevisan, quase sempre focadas em gente simples, de vidas atribuladas por coisas miúdas. Se não tinham nada de fulgurante – como de fato não tinham –, possuíam lá sua originalidade e ajudavam, com a sua simplicidade, a compor um retrato da diversidade literária do país. Entretanto, de algum tempopara cá e por razões ainda não devidamente estudadas, parece que algo desandou com o conto e as novelas derivadas de narrativas curtas, produzindo uma galeria de obras divididas entre uma certa tradição temática e algumas tentativas de inovação formal. Pico na Veia, novo livro do escritor curitibano, é mais do que sintomático desse fenômeno: é o limite do suportável de uma prosa que se mostra cada vez mais fragmentada, que se concede o aval de ser passada para o papel sem maiores labores do ofício de escrever.

A rigor, Pico na Veia não chega a ser um livro de contos. É, antes, um amontoado de micronarrativas, frases soltas, ruídos de diálogos, pedaços de silêncios com supostos subentendidos – tudo criando lacunas num mundo de lacunas, conhecidas da já vasta obra do escritor. É nela, espalhada um pouco em cada volume, que está a gente pobre, triste e doente como a de Mistérios de Curitiba(1968); os relacionamentos difíceis de A Guerra Conjugal (1969); as perversões sexuais e o bizarro cotidiano de Morte na Praça (1964) ou Pão e Sangue (1988). E aqui e acolá, as referências à cidade enganosa em que o escritor, “vampiro”, se esconde.

Raridade
livro em muito bom estado


Texto de Público 14/12/2012


Quando em Maio o escritor brasileiro Dalton Trevisan foi distinguido com o Prémio Camões, o maior prémio literário de língua portuguesa, o júri não tinha como o contactar por este viver praticamente enclausurado longe de qualquer atenção mediática. Não foi por isso de estranhar que esta quarta-feira Trevisan não tenha aparecido na cerimónia de entrega do prémio. No seu lugar foi a editora.
Não gosta de dar entrevistas nem de ser fotografado e não é visto habitualmente nas ruas. É assim que Dalton Trevisan é conhecido e já por isso em Maio a questão de o escritor aparecer ou não nesta cerimónia tinha sido levantada. O júri explicou na altura ser alheio a isso e que o escritor era premiado pelo seu mérito e não em função de poder ou não aparecer para receber o prémio.
No seu lugar foi Sonia Jardim, vice-presidente da editora Record, que há mais de 30 anos edita a suas obras, e leu uma pequena mensagem de Trevisan. “Os muitos anos, ai de mim, já me impedem de receber pessoalmente o prémio”, escreveu o escritor, actualmente com 87 anos, referindo-se ao Prémio Camões, que tem o valor de cem mil euros, como “o prémio dos prémios”. “Nunca jamais pensei merecer tamanha distinção. A consciência das minhas limitações como escritor proibiu-me sonhos mais altos. E agora, sem aviso, o prémio Camões”, continua na sua mensagem.
À Agência Brasil, a editora disse que o autor de O Vampiro de Curitiba (que passou a ser a sua alcunha) continua “activo” e está já a preparar um novo livro que deverá ser lançado em 2013.
Dalton Trevisan, que nasceu em 1925 em Curitiba, é licenciado em direito e foi depois de ter sido jornalista na área do crime e crítico de cinema que se dedicou à literatura. Começou a publicar em 1945, apesar de mais tarde ter renegado os seus dois livros de juventude: Sonata sempre ao Luar e Sete anos de Pastor. Entre 1946 e 1948, editou a revista Joaquim, "uma homenagem a todos os Joaquins do Brasil", por onde passaram os maiores nomes da cultura brasileira.
Em 1959, lançou Novelas Nada Exemplares e recebeu o Prémio Jabuti da Câmara Brasileira do Livro. Cemitério de Elefantes (Prémio Jabuti e Prémio Fernando Chinaglia, da União Brasileira dos Escritores) foi uma das primeiras obras do escritor editadas em Portugal, pela Relógio d’Água, em 1984. Destaca-se também Noites de Amor em Granada e Morte na Praça (Prémio Luís Cláudio de Sousa, do PEN Club do Brasil). Guerra Conjugal foi transformado em filme em 1975. Só publicou até agora um romance: A Polaquinha. Em 1996, recebeu o Prémio Ministério da Cultura de Literatura pelo conjunto da sua obra. E em 2003 dividiu com Bernardo Carvalho o Prémio Portugal Telecom de Literatura com o livro Pico na Veia. Recentemente no Brasil publicou O Anão e a Ninfeta, obra vencedora do Prémio Portugal Telecom deste ano na categoria de conto e de crónica.
Na altura em que o Prémio Camões foi anunciado, o júri justificou a escolha escrevendo que Trevisan “significa uma opção radical pela literatura enquanto arte da palavra”. “Tanto nas suas incessantes experimentações com a língua portuguesa, muitas vezes em oposição a ela mesma, quanto na sua dedicação ao fazer literário sem concessões às distracções da vida pessoal e social”, lia-se então na acta. O presidente do júri, o escritor brasileiro Silviano Santiago, evocou os contos de Machado de Assis e Edgar Allan Poe como antecedentes de Trevisan no século XIX. "Ele vem dessa direcção e encontra, no século XXI, o argentino Borges. Pega essa tradição e dentro dela é capaz de trabalhar de maneira original." Chega a "quase um poema em prosa", exprimindo o quotidiano. Um conto transformado em haiku.

O Prémio Camões, instituído por Portugal e pelo Brasil em 1989, é o maior prémio de prestígio da língua portuguesa, no valor de cem mil euros. Com a sua atribuição é prestada anualmente uma homenagem à literatura em português, recaindo a escolha num escritor cuja obra contribua para a projecção e reconhecimento da língua portuguesa.




Preço: 50€ (portes incluídos)

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