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segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Chiquinho - Baltazar Lopes. 1ª Edição do Círculo de Leitores, 1972


Chiquinho
Baltazar Lopes
CÍRCULO DE LEITORES
1º EDIÇÃO
1972
CAPA CARTONADA
231p. PÁGINAS


A obra de ficção Chiquinho, lançada em 1947, é considerada um livro de referência na literatura cabo-verdiana e uma das grande obras lusófonas. Na construção (e formação) do personagem, "Chiquinho", - através do relato do seu per-curso de vida, tramas e dramas pessoais e exteriores e a tão presente emigração - retrata-se a realidade de Cabo Verde.
Realismo em tom poético, desfia paisagens, gentes e costumes, a solidão e a saudade que fazem o arquipélago.

Ao longo da sua vida literária, Baltasar Lopes publicou ainda novelas, contos, e também vários poemas sob o pseudónimo de Osvaldo Alcântara.
O escritor organizou ainda uma Antologia da Ficção Cabo-Verdiana. Em 1956 publicou o folheto "Cabo Verde visto por Gilberto Freyre" e em 1957 "O Dialecto Crioulo de Cabo Verde".
O seu nome há-de estar sempre ligado à Claridade, nome retirado da revista que, como referido, co-fundou, e que preconiza um movimento de emancipação cultural.
Ao longo dos nove números publicados da revista, demarcou-se dos cânones literários portugueses, assumindo a luta pela afirmação da cabo-verdianidade e pela reflexão sobre a realidade das ilhas.

Os claridosos haveriam de tornar-se figuras incontornáveis da cultura nacional, vozes de um povo sofrido, imiscuindo-se e dando a conhecer as suas raízes, assim, como problemas sociais: a fome, a seca e a emigração.





Revolução

Nem todas as revoluções se fazem na política, ou na indústria, ou pelas armas. Há também aquelas que se fazem por força do intelecto e, nesse sentido, Baltasar Lopes foi um revolucionário.
O seu aniversário, por coincidência, situa-se em data próxima da de uma revolução pací-fica ocorrida em Portugal e com fortes repercussões nas ilhas.
No livro de Leão Lopes, "Baltasar Lopes: um homem arquipélago na linha de todas as batalhas", o autor defende que o professor terá sido o primeiro cabo-verdiano com ficha na PVDE (polícia política que antecedeu a PIDE). Na nota, datada de 1939, era considerado "desafecto à Nação" e a verdade é que a sua personalidade e independência de espírito, assim como a sua capacidade para mobilizar as pessoas, incomodavam os poderes estabelecidos.
Baltasar Lopes teve a consciência de ser um homem perante uma época, centrado sempre nas particularidades de Cabo Verde.

Além de filólogo, poeta, professor, novelista e ensaísta, Baltasar foi também mentor de vários jovens. Por alturas antecedentes ao 25 de Abril de 1974, um grupo de estudantes criou no Mindelo o grupo Distância.

António Pascoal, Rui Figueiredo, Humberto Cardoso, Vanda Oliveira e Aristides Lima constituíam o núcleo duro e tinham um programa na Rádio Barlavento chamado Nôs Terra (1973-74). Aí, recitavam-se poemas de autores cabo-verdianos imbuídos de espírito de revolução e de ideias de liberdade.

Nhô Baltás era cuidadoso em termos de apelo político aos jovens, mas incitava o gosto cultural destes estudantes. Esta ligação ao grupo valeu-lhe uma anotação da PIDE-DGS: "Cuidado, estes jovens são dirigidos pelo Dr. Baltasar Lopes!", lia-se.

Baltasar Lopes dizia que regime colonial não se aguentaria para sempre. Por isso não terá sido com muita surpresa que recebeu a notícia do 25 de Abril e assistiu à queda do regime colonial-fascista.

Com a independência de Cabo Verde, Baltasar Lopes volta a viver num regime de partido único. Continua a lutar pela independência de espírito do indivíduo, o livre arbítrio e contra a restrição da criatividade e da liberdade de expressão.

O regime pós-independência desiludiu, pois, o professor, apesar de, em 1986 e por iniciativa do Presidente Aristides Pereira, o PAICV se ter reconciliado com os Claridosos e com o seu líder, através da realização do Colóquio Comemorativo do Cinquentenário da revista Claridade, contou Leão Lopes em entrevista ao Expresso das ilhas, no ano passado.

Aristides Pereira confessou ao escritor e jornalista José Vicente Lopes (em entrevista para a biografia "Aristides Pereira, minha vida, nossa história") que o partido tencionava prender Baltasar Lopes, algo que só não aconteceu por intervenção do próprio PR. A alegação era de que o professor teria ligações aos democratas-cristãos.

Nessa altura o desencantamento, já marcara a distância em relação ao 1º de Maio de 1974, dia em que Baltasar Lopes discursara na varanda da Câmara Municipal de S. Vicente, exortando a população "a acreditar que a hora que se vivia então era de resgate, a hora de recompensa." Apesar de tudo, realista, o escritor sabia as dificuldades que aí viriam. Segundo reza a memória desse discurso, terá mesmo dito que que não iria aplaudir, porque as mãos que serviram para aplaudir, deviam agora servir para trabalhar.


citado de: http://www.expressodasilhas.sapo.cv/pt/noticias/go/baltasar-lopes-da-silva--maior-do-que-o-tempo


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