Breve Sumário da história de Deus
Gil Vicente
Coleção Clássicos Portugueses
Trechos escolhidos - Século XVI - Teatro
Livraria Clássica Editora
1943
102 p.
Prefácio, Bibliografia, restituição, notas, variantes e glossário de
João de Almeida Lucas
O auto Breve Sumário da História de Deus, foi representado ao muito alto e mui poderoso Rei Dom João, o terceiro deste nome em Portugal, e à Sereníssima e muito esclarecida Rainha Dona Caterina, em Almeirim, na era do Senhor de 1527.
Gil Vicente - Vida e Obra
créditos: http://dizquesim.blogs.sapo.pt/2581.html
Quem foi afinal Gil Vicente?
Não se sabe ao certo muito acerca de Gil Vicente. A maior parte das informações que temos acerca do escritor foram decifradas a partir das obras que escreveu. Muitas vezes é associado com o autor da Custódia de Belém e com o mestre de Retórica de Manuel I, o 14.º rei de Portugal.
Gil Vicente, enquanto dedicou a sua vida ao teatro, desempenhou também tarefas de músico, actor e encenador. É considerado o pai do teatro português, e por alguns, pai do teatro ibérico uma vez que escreveu para além fronteiras, tendo desenvolvido dramaturgia com Juan del Encina, poeta espanhol.
A data de nascimento de Vicente continua a ser uma incógnita, sendo atribuídos os anos que vão desde 1460 a 1470, sendo 1465 o mais aceite. Da mesma forma, também não se sabe ao certo onde terá nascido, sendo atribuídas várias regiões de Portugal para o seu nascimento. No entanto, o local mais provável terá sido em Guimarães.
Sabe-se que estudou em Salamanca, Espanha.
Vicente casou-se com Branca Bezerra, de quem teve 2 filhos, e mais tarde quando esta faleceu voltou a casar-se com Melícia Rodrigues, tendo tido no total 5 filhos.
O seu primeiro trabalho foi uma peça em castelhano chamada "Monólogo do Vaqueiro", que foi representada nos aposentos da rainha D. Maria, consorte de Manuel I, tendo sido esta representação o arranque da história do teatro português, embora já existissem algumas peças de outros autores, mas pouco notórias.
O sucesso das suas obras foi tão grande que os reis para os quais Gil Vicente desenvolvia as suas peças convidaram-no a tornar-se responsável pela organização dos eventos palacianos.
E como já dissemos, o nosso escritor não se ficava pela escrita das peças! Ele próprio encenava-as e representava-as!
Pensa-se que morreu em 1536, em lugar desconhecido, porque é a partir desta data que se deixa de encontrar qualquer referência ao seu nome nos documentos da época, além de ter deixado de escrever a partir de então.
Como já dissemos, os registos biográficos são poucos, no entanto optamos por apresentar os anos com os acontecimentos mais marcantes relativos à vida do autor:
E quais são as suas obras?
Apresentamos uma lista com as obras mais importantes do autor, e os respectivos anos de criação:
Auto Pastoril Castelhano (1502)
Auto dos Reis Magos (1503)
Auto de S. Martinho (1504)
Auto da Índia (1509)
Auto da Fé (1510)
Auto das Fadas (1511)
Auto da Sibila Cassandra (1513)
Comédia do Viúvo (1514)
Quem tem farelos (1515)
Auto dos Quatro Tempos (1516)
Auto da Barca do Inferno (1517)
Auto da Barca do Purgatório (1518)
Auto da Barca da Glória (1519)
Auto do Deus Padre (1520)
Cortes de Júpiter (1521)
Auto da Fama (1521)
Pranto de Maria Parda (1522)
Farsa de Inês Pereira (1523)
Auto Pastoril Português (1523)
Auto dos Físicos (1524)
Farsa das Ciganas (1525)
Breve Sumário da História de Deus (1526)
Diálogo dos Judeus sobre a Ressurreição (1526)
Nau d'Amores (1527)
Farsa dos Almocreves (1527)
Auto Pastoril da Serra da Estrela (1527)
Auto da Feira (1528)
Auto da Festa (1528)
O Clérigo da Beira (1530)
Jubileu d'Amores (1531)
Auto da Lusitânia (1532)
Romagem de Agravados (1533)
Auto da Cananeia (1534)
Floresta de Enganos (1536)
Assinatura de proprietária coeva na pág 5.
Rascunho de requerimento à Directora da Faculdade de letras de lisboa, presume-se que da mesma proprietária, solicitando admissão à 2ª chamada do exame por motivo de doença, na verso da contracapa.
Obra em muito bom estado atendendo à idade com capa um pouco suja e miolo sem humidade
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