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domingo, 18 de agosto de 2013

Usina - José Lins do Rego - 1ª edição - s.d.(anos 50)

Usina

José Lins do Rego
1ª edição
s.d.(anos 50)
Editora Livros do Brasil
Coleção "Livros do Brasil"
Capa Infante do Carmo
271 p




Créditos a Rui Martins em http://tertuliabibliofila.blogspot.pt/

José Lins do Rego – “Usina”. Romance.“Ciclo da Cana do Assucar V”

1ª edição brasileira 

Rio de Janeiro, Livraria José Olympio Editora, 1936. 1ª edição. Encadernação original brochura. 392 pp. 

Tiragem: 5.000 exemplares (1ª edição)
Usina é uma narrativa descritiva do meio de vida nos engenhos de açúcar e nas plantações de cana do Nordeste. Em 1936, após a publicação dessa obra, José Lins do Rego decretou o fim do "ciclo da cana-de-açúcar".
Usina retoma a história do Moleque Ricardo, a partir de sua prisão com os companheiros grevistas em Fernando de Noronha até o seu retorno ao engenho.
Com pouco mais de estariam no velho Santa Rosa, que Ricardo deixara há oito anos, fugido, como de um presídio, de uma ilha de trabalhos forçados. escapara de lá para não ser alugado e fora pior que isso. Tivera dores que os alugados não sofriam nunca.
É na segunda parte do livro que começa propriamente Usina, quando são narrados os acontecimentos que envolvem o Santa Rosa depois que Carlos Melo, fugindo dos problemas que envolviam o engenho, entrega o seu património a parentes.
O Santa Rosa transforma-se na Usina Bom Jesus. O Dr. Juca sonha com o prestígio, negociando com Zé Marreira, proprietário da Fazenda São Félix, deixa-se levar pela ambição e faz a sua primeira operação desastrosa. As hipotecas contraídas e a pressão da Usina São Félix, na figura do Dr. Luís, terminam por forçar a venda. A enchente do Rio Paraíba, destruindo a antiga propriedade, simboliza o fim de um ciclo. O usineiro retira-se com a família em meio à destruição física dos seus antigos domínios.



José Lins do Rego – Obras: uma descrição bibliográfica e bibliófila.


Os romances de José Lins do Rego são agrupados em três temáticas diferentes: 

Ciclo da cana-de-açúcar:
José Lins escreveu cinco livros a que nomeou "Ciclo da cana-de-açúcar", numa referência ao papel que nele ocupa a decadência do engenho açucareiro nordestino, visto de modo cada vez menos nostálgico e mais realista pelo autor: Menino de Engenho (1932), Doidinho (1933), Bangüê (1934), O Moleque Ricardo (1935), e Usina (1936). Aos quais acrescentaria Fogo morto (1943).

Ciclo do misticismo e do cangaço reúne duas obras: Pedra Bonita (1938) e Cangaceiros (1953).

Não se enquadrando em qualquer destas temáticas temos: Pureza (1937); Riacho doce (1939) e Eurídice (1947).

Otto Maria Carpeaux fez uma súmula de sua obra: “A obra de José Lins do Rego é profundamente triste. É uma epopéia da tristeza, da tristeza da sua terra e da sua gente, da tristeza do Brasil (...) Há na sua obra a consciência de que tudo está condenado a adoecer, a morrer, a apodrecer. Há a certeza da decadência dos seus engenhos e dos seus avós, de toda essa gente que produziu, como último produto, o homem engraçado e triste que lhe erigiu o monumento. É grande literatura.”
Na obra de José Lins do Rego, a parte mais importante é a que corresponde ao chamado ciclo da cana-de-açúcar. Partindo de experiências autobiográficas – a vida no engenho do avô – o escritor encontra na memória o fundamento de seus romances, nos quais fixa melancolicamente a decadência do engenho-de-açúcar, substituído como modo de produção pela fábrica. Participante, ou pelo menos observador, deste processo, José Lins do Rego esforça-se para registrar a verdadeira revolução social desencadeada pela nova tecnologia de produção açucareira que, em pouco tempo, levou um grande número de senhores de engenho a mais completa bancarrota económica.
Pesou também sobre Lins do Rego, a influência de Gilberto Freyre, cujo “Manifesto regionalista”, de 1926, propugnava por uma arte voltada para as questões específicas da sociedade nordestina. No prefácio de Usina, o próprio José Lins do Rego delimitou o ciclo da cana-de-açúcar:
“A história desses livros é bem simples: comecei querendo apenas escrever umas memórias que fossem as de todos os meninos criados nas casas-grandes dos engenhos nordestinos. Seria apenas um pedaço da vida o que eu queria contar. Sucede, porém, que um romancista é muitas vezes o instrumento apenas de forças que se acham escondidas no seu interior.”









Exemplar muito estimado ( em excelente estado de conservação), miolo limpo como novo, alguns cadernos ainda por cortar


Preço 15€  

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