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terça-feira, 16 de outubro de 2012

D'este viver aqui neste papel descripto. António Lobo Antunes (1ªedição) 2005


D'este viver aqui neste papel descripto. 
Cartas da guerra
António Lobo Antunes
1ª Edição
 2005
Organização
Maria José Lobo Antunes
Joana Lobo Antunes

http://www.citador.pt/biblio.php?op=21&book_id=1370

Ao permitir a publicação destas cartas, Lobo Antunes abre-nos, descaradamente, a porta à sua privacidade. Muitas vezes, ao longo do livro, o leitor sente-se um intruso na intimidade do autor. É impressionante a forma como o grande escritor exprime de forma honesta e comovente os seus sentimentos mais íntimos, uma intensa vida interior que só a solidão proporciona. O amor e a saudade são os temas gerais das cartas.

O subtítulo do livro (“Cartas da guerra”) é, de certa forma, enganador. A guerra é sentida como um monstro estúpido e absurdo, do qual se evita falar. Por dois motivos: porque era vedado ao soldado transmitir informações relevantes e porque, para Lobo Antunes, falar da guerra era algo doloroso. É como se as cartas funcionassem como uma forma de escapar ao monstro e não para dar notícia dele. São desabafos íntimos e, acima de tudo, uma imensa manifestação de amor.

Um dos aspectos mais surpreendentes das cartas é a manifestação dos gostos literários do autor. Surpreendente a forma como revela um certo criticismo em relação a escritores muito conceituados, como se o auto-conceito de Lobo Antunes como escritor superasse todas as estrelas da literatura universal. Mas não; trata-se apenas de momentos de euforia que, em breve, são substituídos por fases de depressão em que se considera o mais fracassado dos escritores.

Ao longo das cartas, vai-nos dando conta, a par e passo, da escrita da sua primeira grande obra: ”Memória de Elefante”. Aqui reside um dos maiores motivos de interesse destas cartas: o relato do sofrimento do escritor, dos seus momentos de euforia e de crises de inspiração. Interessante também a forma como se esforça por recusar influências, se bem que nunca esconda a sua admiração por escritores como Faulkner, Céline ou Garcia Marquez. 

Intimamente, Lobo Antunes vagueia entre uma modéstia exagerada, deprimida, e um convencimento entusiasmado. Talvez essas oscilações sejam o reflexo do momento depressivo que vivia. Mas são também, sem dúvida, traços característicos da genialidade do grande escritor; um escritor que sonhou com o Nobel e que, cada vez mais, o merece.

Mas para lá da genialidade do escritor, da sinceridade das suas confissões, da bravura do soldado/médico, sobressai a grandeza do homem: um homem bom, delicado, sensível, altruísta, generoso – um homem comoventemente bom. 


Muito Bom estado. Novo (nunca foi manuseado)
Assinatura a lápis do proprietário na pág de rosto


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