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sábado, 6 de outubro de 2012

Famintos - Luís Romano 1ª edição portuguesa 1975


Famintos
Romance do povo caboverdiano sobre o domínio colonialista
1ª edição
Editora Nova Aurora
Coleção Literatura Nova nº 2


Luís Romano de Madeira Melo (Santo Antão, Cabo Verde, 10 de junho de 1922 - Brasil, 22 Janeiro 2010) foi um poeta, novelista e folclorista cabo-verdiano, com trabalhos em português e em crioulo cabo-verdiano da ilha de Santo Antão, idioma que preferia designar por "língua cabo-verdiana".

No final dos anos 50 do século XX, Luís Romano aderiu aos ideais da independência, tendo chegado a desempenhar cargos de direção no PAIGC, sendo perseguido pela PIDE.

Fugiu para Argel e Paris e exilou-se, depois, no Brasil, onde viveu desde 1962.

Sobre Luis Romano ver:


Estado razoável, algumas marcas de uso.

Obra escrita nos anos 40, transportado clandestinamente para África, publicado pela primeira vez no Brasil em 1962 e interditado pela censura.

Existe uma edição em inglês publicada nos EUA pelo PAIGC. Editada ainda en italiano, francês e russo (editada pela União dos escritores soviéticos).

A edição portuguesa é das Publicações Nova Aurora (Editora ligada ao MRPP)


ainda sobre Rui Romano um post significativo

José Lopes


Comentário:


Luiz Silva, Mnin de Mont , ‘est un homme de gauche’ na concepção francesa republicana da palavra. É um grande patriota caboverdeano, um mindelense de gema, verdadeiro combatente da liberdade, na sua acepção total, em francês ‘liberté tout court’. Estas palavras resumem a postura da pessoa que se fundiu nas lutas no Mindelo contra as prepotências do regime fascista- salazarista e no fervilhar intelectual e estudantil do Liceu Gil Eanes, sob a batuta de um dos maior caboverdeano de todos os tempos o Mestre Baltazar Lopes

Tal como Luiz Romano, ele abraçou a causa da independência e como emigrante em França ajudou a recrutar elementos para a luta do PAIGC. Aquilo que destaca Luiz Silva do resto dos seus contemporâneos, é que foi e continua sendo um homem de causas. Passados poucos anos da independência, nos anos 80, já tínhamos de novo o Luiz, numa altura em quase todo o establishment caboverdeano se empolgava com os méritos e as particularidades caboverdeanas da democracia revolucionária ou participativa’ do PAICV, ou se calava, ou se mergulhava de novo na Pasárgada para, de resto nunca mais daí sair, ele não contente com a situação. 

Denunciava com o Alfredo Margarido, no jornal da oposição Terra Nova, o anacronismo do regime instalado criticando duramente a política da emigração ( os emigrantes eram então considerados pelo regime como estrangeirados ou potenciais subversivos). Temos hoje de novo Luís lutando para o reconhecimento do papel da emigração em Cabo Verde e de várias outras causas justas no Mindelo: o clube de golfo do Mindelo, o movimento em defesa da memória e da casa do Dr. Adriano Silva e do Património mindelense, o movimento para a preservação do Éden Park e outras futuras causas. Luiz Silva tal um grande professor, vem-nos fazer conhecer o percurso de Luiz Romano, o autor do famoso livro Famintos, obra de denuncia do abandono que o regime colonial de Salazar votou a Cabo Verde. A pergunta que o Luiz frequentemente faz e que aqui reitero é a seguinte: como é que possível que passados 35 anos da independência de Cabo Verde, este país ainda não tenha um política coerente da emigração/imigração? O país dá-se ao luxo de não aproveitar os potenciais recursos humanos e financeiros da emigração, contrariamente ao que muitos países fazem. Como é possível que até hoje Mindelo não tenha aproveitado pessoas como o Luís Silva e Luiz Romano, homens com muita vivência e experiência humana, que tanto poderiam ajudar a ilha e o país? Luiz não quero te desanimar, mas tu bem conheces verdades de ‘La Pallisse’: santos de casa não fazem milagres; as políticas de emigração em Cabo verde nasceram tortas, pelo que se calhar tarde ou nunca se endireitarão.

Ver também o Livro Chiquinho de Mestre Baltazar Lopes emhttp://alfarrabistamitodesisifo.blogspot.pt/search?q=baltazar+lopes


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