Famintos
Romance do povo caboverdiano sobre o domínio colonialista
1ª edição
Editora Nova Aurora
Coleção Literatura Nova nº 2
Luís Romano de Madeira Melo (Santo Antão, Cabo Verde, 10 de junho de 1922 - Brasil, 22 Janeiro 2010) foi um poeta, novelista e folclorista cabo-verdiano, com trabalhos em português e em crioulo cabo-verdiano da ilha de Santo Antão, idioma que preferia designar por "língua cabo-verdiana".
No final dos anos 50 do século XX, Luís Romano aderiu aos ideais da independência, tendo chegado a desempenhar cargos de direção no PAIGC, sendo perseguido pela PIDE.
Fugiu para Argel e Paris e exilou-se, depois, no Brasil, onde viveu desde 1962.
Sobre Luis Romano ver:
Estado razoável, algumas marcas de uso.
Obra escrita nos anos 40, transportado clandestinamente para África, publicado pela primeira vez no Brasil em 1962 e interditado pela censura.
Existe uma edição em inglês publicada nos EUA pelo PAIGC. Editada ainda en italiano, francês e russo (editada pela União dos escritores soviéticos).
A edição portuguesa é das Publicações Nova Aurora (Editora ligada ao MRPP)
ainda sobre Rui Romano um post significativo
José Lopes | |
Comentário:
Luiz Silva, Mnin de Mont , ‘est un
homme de gauche’ na concepção francesa republicana da palavra. É um grande
patriota caboverdeano, um mindelense de gema, verdadeiro combatente da
liberdade, na sua acepção total, em francês ‘liberté tout court’. Estas palavras
resumem a postura da pessoa que se fundiu nas lutas no Mindelo contra as
prepotências do regime fascista- salazarista e no fervilhar intelectual e
estudantil do Liceu Gil Eanes, sob a batuta de um dos maior caboverdeano de
todos os tempos o Mestre Baltazar Lopes.
Tal como Luiz Romano, ele abraçou a
causa da independência e como emigrante em França ajudou a recrutar elementos
para a luta do PAIGC. Aquilo que destaca Luiz Silva do resto dos seus
contemporâneos, é que foi e continua sendo um homem de causas. Passados poucos
anos da independência, nos anos 80, já tínhamos de novo o Luiz, numa altura em
quase todo o establishment caboverdeano se empolgava com os méritos e as
particularidades caboverdeanas da democracia revolucionária ou participativa’ do
PAICV, ou se calava, ou se mergulhava de novo na Pasárgada para, de resto nunca
mais daí sair, ele não contente com a situação.
Denunciava com o Alfredo
Margarido, no jornal da oposição Terra Nova, o anacronismo do regime instalado
criticando duramente a política da emigração ( os emigrantes eram então
considerados pelo regime como estrangeirados ou potenciais subversivos). Temos
hoje de novo Luís lutando para o reconhecimento do papel da emigração em Cabo
Verde e de várias outras causas justas no Mindelo: o clube de golfo do Mindelo,
o movimento em defesa da memória e da casa do Dr. Adriano Silva e do Património
mindelense, o movimento para a preservação do Éden Park e outras futuras causas.
Luiz Silva tal um grande professor, vem-nos fazer conhecer o percurso de Luiz
Romano, o autor do famoso livro Famintos, obra de denuncia do abandono que o
regime colonial de Salazar votou a Cabo Verde. A pergunta que o Luiz
frequentemente faz e que aqui reitero é a seguinte: como é que possível que
passados 35 anos da independência de Cabo Verde, este país ainda não tenha um
política coerente da emigração/imigração? O país dá-se ao luxo de não aproveitar
os potenciais recursos humanos e financeiros da emigração, contrariamente ao que
muitos países fazem. Como é possível que até hoje Mindelo não tenha aproveitado
pessoas como o Luís Silva e Luiz Romano, homens com muita vivência e experiência
humana, que tanto poderiam ajudar a ilha e o país? Luiz não quero te desanimar,
mas tu bem conheces verdades de ‘La Pallisse’: santos de casa não fazem
milagres; as políticas de emigração em Cabo verde nasceram tortas, pelo que se
calhar tarde ou nunca se endireitarão.
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Ver também o Livro Chiquinho de Mestre Baltazar Lopes emhttp://alfarrabistamitodesisifo.blogspot.pt/search?q=baltazar+lopes
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