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sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Um auto para Jerusalém 1ªedição 1964 Mário Cesariny Vasconcelos


Um auto para Jerusalém
Mário Cesariny de Vasconcelos
1ª edição 1964
Editora Minotauro
Coleção teatro


Junto com as fotos o auto da Censura sugerindo a sua proibição. Foi proibido, a PIDE interveio e destruiu a maior parte dos exemplares.

 Este é um dos que se salvou!

Livro inspirado num conto de Luiz Pacheco "Os Doutores, a  Salvação e o Menino Jesus".


Real quotidiano reabilitado

Em livro, Um Auto para Jerusalém aos 23 anos, nos caderninhos que Luís Pacheco editava, apreendido pela polícia por décadas (chegou a palco sem problemas em 2002!), foi o primeiro título. Na poesia, estreia em Corpo Visível, 1950 ( financiado por Eugénio de Andrade, amigo até ao fim), títulos seguintes com chancela 
Contraponto/Pacheco.  (http://www.netprof.pt/netprof/servlet/getDocumento?id_versao=16621)

Dois anos mais tarde da edição desta obra a Editora Minotauro é encerrada pela PIDE!

A propósito da morte de António Borges Coutinho em Setembro de 2011, Bruno da Ponte proprietário da Minotauro e sobre o encerramento da editora refere (em http://www.expressodasnove.pt/interiores.php?id=6561) : " Pouco depois de terminado o serviço militar, e já regressado a Lisboa, tive uma prova evidente da sua solidariedade. Conjuntamente com a minha mulher, Clara Queiroz, embrenháramo-nos numa polémica com um professor primário sobre questões pedagógicas, mais precisamente, sobre o papel dos castigos corporais no ensino, enquanto ainda em São Miguel. Vim a saber que, alheado de qualquer contexto, o nosso opositor distribuíra um panfleto que nos denunciava como estando a soldo de Moscovo e, na prática, apelava à nossa detenção. De imediato, Borges Coutinho (e houve outras manifestações -Ruy Guilherme de Morais, um grande amigo, e de Dias de Melo, que na altura não conhecia, e, professor, punha em risco o seu ganha-pão), surgiu a defender-nos e pondo a nu a inconsequência e a baixeza de tal atitude. E quando, em 1967, a PIDE encerrou a minha editora - Edições Minotauro -, apossando-se de todos os seus bens, foi também Borges Coutinho quem generosamente se ofereceu para dirigir juridicamente todos os meus esforços de reverter a arbitrária decisão repressiva. A meu aviso, Borges Coutinho foi, sem dúvida, a grande figura da luta anti-fascista em São Miguel. Conseguiu reunir um grupo de jovens que o apoiava nas suas actividades, teve um papel preponderante na campanha eleitoral a favor da eleição de Humberto Delgado (que chegou ao ponto de utilizar o palácio da família, onde residia, como sede da campanha) e influenciou a emergência de uma nova geração de opositores ao regime, entre os quais se contavam, Mário Mesquita, Medeiros Ferreira e Jaime Gama. E participou, ainda, na tentativa de constituir um apoio, em que se destacou também particularmente Melo Antunes, ao falhado golpe de Beja."

2 anos mais tarde em 1966, aquando da publicação do livro de Luís de Sttau Monteiro "Peças em um acto" (A Guerra Santa e A Estátua) a polícia política do Estado Novo apreende o livro em circunstâncias particularmente vergonhosas, dando origem ao encerramento da casa editora, que, depois de ver as instalações seladas, acabou com as caves-armazém criminosamente inundadas. Luís de Sttau Monteiro será preso, paga do regime pela sátira à ditadura e à guerra colonial.

Livro novo, sobreviveu à apreensão pela PIDE, miolo ainda por cortar




Preço: 30€ + portes

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