Um auto para Jerusalém
Mário Cesariny de Vasconcelos
1ª edição 1964
Editora Minotauro
Coleção teatro
Junto com as fotos o auto da Censura sugerindo a sua proibição. Foi proibido, a PIDE interveio e destruiu a maior parte dos exemplares.
Este é um dos que se salvou!
Livro inspirado num conto de Luiz Pacheco "Os Doutores, a Salvação e o Menino Jesus".
Real quotidiano reabilitado
Em livro, Um Auto para Jerusalém aos 23 anos, nos caderninhos que Luís Pacheco editava, apreendido pela polícia por décadas (chegou a palco sem problemas em 2002!), foi o primeiro título. Na poesia, estreia em Corpo Visível, 1950 ( financiado por Eugénio de Andrade, amigo até ao fim), títulos seguintes com chancela
Contraponto/Pacheco. (http://www.netprof.pt/netprof/servlet/getDocumento?id_versao=16621)
Contraponto/Pacheco. (http://www.netprof.pt/netprof/servlet/getDocumento?id_versao=16621)
Dois anos mais tarde da edição desta obra a Editora Minotauro é encerrada pela PIDE!
A propósito da morte de António Borges Coutinho em Setembro de 2011, Bruno da Ponte proprietário da Minotauro e sobre o encerramento da editora refere (em http://www.expressodasnove.pt/interiores.php?id=6561) : " Pouco depois de terminado o serviço militar, e já regressado a Lisboa, tive uma prova evidente da sua solidariedade. Conjuntamente com a minha mulher, Clara Queiroz, embrenháramo-nos numa polémica com um professor primário sobre questões pedagógicas, mais precisamente, sobre o papel dos castigos corporais no ensino, enquanto ainda em São Miguel. Vim a saber que, alheado de qualquer contexto, o nosso opositor distribuíra um panfleto que nos denunciava como estando a soldo de Moscovo e, na prática, apelava à nossa detenção. De imediato, Borges Coutinho (e houve outras manifestações -Ruy Guilherme de Morais, um grande amigo, e de Dias de Melo, que na altura não conhecia, e, professor, punha em risco o seu ganha-pão), surgiu a defender-nos e pondo a nu a inconsequência e a baixeza de tal atitude. E quando, em 1967, a PIDE encerrou a minha editora - Edições Minotauro -, apossando-se de todos os seus bens, foi também Borges Coutinho quem generosamente se ofereceu para dirigir juridicamente todos os meus esforços de reverter a arbitrária decisão repressiva. A meu aviso, Borges Coutinho foi, sem dúvida, a grande figura da luta anti-fascista em São Miguel. Conseguiu reunir um grupo de jovens que o apoiava nas suas actividades, teve um papel preponderante na campanha eleitoral a favor da eleição de Humberto Delgado (que chegou ao ponto de utilizar o palácio da família, onde residia, como sede da campanha) e influenciou a emergência de uma nova geração de opositores ao regime, entre os quais se contavam, Mário Mesquita, Medeiros Ferreira e Jaime Gama. E participou, ainda, na tentativa de constituir um apoio, em que se destacou também particularmente Melo Antunes, ao falhado golpe de Beja."
2 anos mais tarde em 1966, aquando da publicação do livro de Luís de Sttau Monteiro "Peças em um acto" (A Guerra Santa e A Estátua) a polícia política do Estado Novo apreende o livro em circunstâncias particularmente vergonhosas, dando origem ao encerramento da casa editora, que, depois de ver as instalações seladas, acabou com as caves-armazém criminosamente inundadas. Luís de Sttau Monteiro será preso, paga do regime pela sátira à ditadura e à guerra colonial.
2 anos mais tarde em 1966, aquando da publicação do livro de Luís de Sttau Monteiro "Peças em um acto" (A Guerra Santa e A Estátua) a polícia política do Estado Novo apreende o livro em circunstâncias particularmente vergonhosas, dando origem ao encerramento da casa editora, que, depois de ver as instalações seladas, acabou com as caves-armazém criminosamente inundadas. Luís de Sttau Monteiro será preso, paga do regime pela sátira à ditadura e à guerra colonial.
Livro novo, sobreviveu à apreensão pela PIDE, miolo ainda por cortar
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