JOSÉ RODRIGUES MIGUÉIS
capa de Infante do Carmo
Lisboa, 1958
Editorial Estúdios Cor, Ld.ª
2.ª edição (edição definitiva [acrescida de um posfácio inédito])
19,5 cm x 14,4 cm
192 págs.
é o n.º 30 da Colecção Latitude, dirigida por Nataniel Costa
Retirado de Frenesi livros:
Recentemente, o catálogo de um leilão de manuscritos transcrevia significativas passagens de uma carta do Autor a David Mourão-Ferreira, datada de Nova Iorque, 17 de Dezembro, 1948 (dez anos, portanto, antes da vertente edição), em que Miguéis desabafava, depois de se referir a uma crítica amarga à sua escrita, na Seara Nova, assinada por Vergílio Ferreira:
«[...] Talvez não saibas que a Ática, que já tinha a 2.ª edição da Páscoa [Feliz] toda composta e revista (e impressas as gravuras hors-texte do Keil [do Amaral]), destruiu a edição, isto é, derreteu o metal! E já me tinham pago metade dos direitos de autor. [...]» (in Livraria Luís Burnay, Leilão de Manuscritos, Autógrafos, Fotografias e Efémera, Lisboa, 19 de Junho de 2010)
Tudo leva a crer que, até à publicação dessa referida crítica, o corpo expedicionário de afectos ao regime que dirigia a Ática não se tivesse apercebido ainda como o exilado escritor já gravitava na esfera dos ideais comunistas. A presente reedição revista vale pela sua novidade linguística e por passar uma esponja sobre o involuntário desleixo da anterior, assim referido por Miguéis no posfácio:
«[...] um próspero sindicato operário condescendeu em editá-la:
«[...] um próspero sindicato operário condescendeu em editá-la:
na Páscoa de 1932, com uma ortografia atrabiliária, impressa em mau papel, e com o único chamariz da capa de Fred Kradolfer. Não se fizeram anúncios, não houve rádio-propaganda, nem dei entrevistas aos jornais. [...] Não pedi nem cobrei direitos de autor: o sacrifício era de regra para o escritor “interveniente”, ainda que nas veias lhe corresse, exclusivamente, o sangue de pedreiros, carpinteiros, oleiros e labregos. [...]»
Muito bom estado atendendo à idade, miolo
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