Loucura
Mário de Sá Carneiro
EDIÇÕES ROLIM
BROCHADO
3ª EDIÇÃO
1985
Coleção Fantástico, 3
capa de João Carlos Albernaz
incluiu prefácio de Manuela Fazenda Martins à 2ª edição
21,00 cm x 14,70 cm;
63 pag.
"A morte de Raul Vilar foi muito
lamentada. Todos os jornais consagraram longos artigos ao grande
escultor. Fazendo o seu elogio, escreveram-lhe a biografia, catalogaram-lhe as
obras - entre as quais avulta esse admirável baixo-relevo "Amor" - e concordaram unanimemente em que
o seu prematuro falecimento havia sido uma grave perda para a arte nacional.
Depois, os anos decorreram. Hoje, poucos se lembrarão já do pobre Raul. É por
isso mesmo que me decido a falar dele. Para o fazer, ninguém mais competente do
que eu. Fui o seu maior amigo, o seu único amigo. Que as minhas intenções não sejam
desvirtuadas: este escrito tem por fim simplesmente pôr em evidência todos os
elementos que possam servir de base para o estudo duma singularíssima
psicologia; que possam tornar compreensível a incompreensível tragédia de uma
alma, explicar o inexplicável suicídio.(...)"
Mário de Sá-Carneiro, poeta de Orpheu, a quem a tristeza foi companheira de viagem de uns 25
anos de existência, carregou às costas uma compreensão da alma humana que
reconhecemos em "Loucura...". Esta é a história, contada pelo amigo, do
miserável desespero do escultor Raul Vilar.
"(...) Morto o corpo, amaria a alma só com a sua alma. Isto tudo são loucuras, sei perfeitamente. Apenas no cérebro dum doido podem nascer tais pensamentos. Nós, os "homens de juízo", não pensamos nessas coisas, não pensamos em muitas coisas porque aceitámos a vida tal como ela é, tal como se convencionou que ela fosse; porque nos habituámos a ela. Raul não se habitou. Foi um desgraçado. (...) »Mário de Sá-Carneiro, "Loucura...", Edições Rolim, Lisboa, 1990 (3ª ed.).
Quanto à outra, a história de Mário de
Sá-Carneiro, contam-na as cartas correspondidas com o companheiro Fernando
Pessoa.
(... Livro de cabeceira - Rádio da Universidade de Coimbra)
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