Pedra Bonita
José Lins do Rego
1ª edição 1958
Edição Livros do Brasil
Coleção Livros do Brasil
e
Edição Círculo de Leitores
Fevereiro 1974
e
Edição Círculo de Leitores
Fevereiro 1974
Volume dos Livros do Brasil:
Muito bom estado dada a idade, miolo amarelado do tempo, pouco manuseado.
Assinatura do proprietário coevo datada de 8 de Julho de 1958.
Volume do Círculo de leitores:
Muito bom estado, capa cartonada com sobrecapa em plástico, um ppouso suja. Miolo e bom estado. Assinatura do proprietário coevo datada de 10 de Agosto de 1974
Muito bom estado dada a idade, miolo amarelado do tempo, pouco manuseado.
Assinatura do proprietário coevo datada de 8 de Julho de 1958.
Volume do Círculo de leitores:
Muito bom estado, capa cartonada com sobrecapa em plástico, um ppouso suja. Miolo e bom estado. Assinatura do proprietário coevo datada de 10 de Agosto de 1974
Sobre o tema ver também o livro Reino Encantado de Mário Ventura neste blogue
*Sinopse*
É um enredo que não saindo da temática principal – fanatismo religioso e cangaceiros – podemos ver uma galeria de personagens e histórias paralelas que nos prendem a atenção de tão bem descrita e interligada. A obra é tão valiosa que até os personagens secundários aparecem, psicologicamente, bem desenvolvidos e trabalhados.
Padre Amâncio que foi jovem para Açu, com sonhos de tudo mudar, é o personagem central que dava lugar, algumas vezes à Antônio Bento Vieira, ajudante do padre que a mãe deixou para que o mesmo se fizesse padre também, mas que não houve dinheiro para que tal se concretizasse. Aliás, quem tinha dinheiro em Açu era só Clarimundo, além do comércio, o algodão também lhe dava lucros.
O Major Evangelista, um fiscal que perdeu a esposa e vivia com a sua filha Dona Fausta, uma personagem psicológica de solteirona, que vivia de fazer bordados para fora de Açu e que tinha ataques por falta de sexo/homem. Há também uma descrição sexual, bem atrevida para a época. quando Dona Fausta passa a sonhar e a desejar Antônio Bento, cena em que ela o pega de jeito, mas que não se repete. Aliás Bentinho não era de mulheres, nem o seu irmão Domício.
Açu conhecia a maldição de Pedra Bonita, uma cidade onde homens milagrosos queriam ser como Jesus e Padre Cícero, que levavam o povo às alucinações e fanatismo, a ponto de largar tudo na vida e ir para lá. Cidade com duas pedras enormes como se fossem duas torres de igreja. Açu rejeitava todos os moradores de Pedra Bonita.
A temática sacra é sem dúvida uma das principais, com referência ao fanatismo das religiões incluindo o catolicismo: Ainda que exalte o Padre Cícero por enfrentar bispos e continuar a realizar os seus milagres, exalta também, a figura do padre comum, mas santo, que vive para os pobres, sem vaidade e sem ambição.
Açu era o lugarejo onde despejavam o que se dizia ser o lixo da sociedade. Ali, nem o caminho de ferro conseguiu chegar, pois no dia em que os engenheiros ali apareceram foram destroçados pelo chefe dos cangaceiros, irmão de Bentinho – Aparício.
Açu era o lugarejo onde despejavam o que se dizia ser o lixo da sociedade. Ali, nem o caminho de ferro conseguiu chegar, pois no dia em que os engenheiros ali apareceram foram destroçados pelo chefe dos cangaceiros, irmão de Bentinho – Aparício.
Pedra Bonita do Araticum com sua lenda da mulher linda que chama os homens para o abismo, também era a pedra dos milagres e dos fanáticos que matavam. Num todo, o romance é a descrição de um mundo rural Nordestino, onde cidades são esquecidas pelo Governo, um mundo de contínua fuga voltando sempre para suas raízes: a religião.
Num discurso indirecto são muitas e muitas cenas diferentes e tantos personagens que não se pode de todos falar.
No sertão são três as vozes de comando, o padre, os cangaceiros e o governo quando sente necessidade de intervir, no mais é uma injustiça sem fim e um morrer sem pedir.
A repetição de cenas descritas é um recurso relevante do autor para que o leitor não se perca e o narrador omnisciente fala por todos e a moda viola, os repentes, as canções que narram as histórias tristes do cangaço, são os atavios que dão ao romance o uso da meta-linguagem com uma grande riqueza descritiva.
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